É estranho!
Nos tempos das dores bastava pegar num pedaço de papel e numa caneta que as minhas lágrimas surgiam em forma de palavras, os meus gritos surdos derramavam-se no papel.
Agora, parece que não encontro palavras para transmitir os meus sentires, o meu mundo interior, esta minha nova forma de ser, mais verdadeira, mais Eu.
Eu, que estou a reconstruir-me, a recriar-me, a deixar que o meu mundo construído em cima de sonhos e fantasias desponte, se concretize. O meu mundo perdido nas ilusões, durante tanto tempo, fechado bem longe de tudo...de mim.
Escondido, barricado por trás de uma imagem, de um faz de conta permanente.
E agora?
Sigo em frente, tentando não ouvir as culpas que os outros teimam fazer-me sentir, na desilusão que trazem estampados nos olhos quando perguntam como estou.
Eu estou bem, sinto-me bem… sinto-me fluir.
Navego por entre sensações e pensamentos, reconstruindo a minha essência, o meu saber Ser. Vagueio por quem fui, lembrando quem quero Ser.
Devagar vou refazendo-me, junto novos sentires, renovo as sensações e emoções. Desperto.
Sinto-me mais Eu.
Um Eu pequenino a desabrochar. Um Eu que está aprender a Amar-se, a Sorrir-se, a Sentir-se, a Desejar-se.
Amo-me!
Sim! Só assumindo este amor pelo meu Ser poderei dizer Amo-te.
Só respeitando os meus desejos, conhecendo quem realmente sou poderei conhecer e respeitar os teus desejos e o Amor que sentes por ti…ou então quem sabe despertar o amor que deverias sentir pelo que és.
Tu, que és cada Ser que se cruza na minha vida, que se entrelaça nos meus sentires,.Tu que és cada Ser que me ajuda a construir quem Sou...
Amo-me logo Amo-te...
Pelo caminho que iniciei, muitas são e serão as aprendizagens que tenho, terei que fazer. A primeira é sem sombra de dúvida esta: AMAR -ME.