Balanço
Hummm… faz um ano em Abril que eu iniciei este blog, nem sei muito bem porquê mas na altura frequentava uma pós-graduação e um amigo meu tinha dois, fiquei encantada pelo mundo virtual, pelos blogs, pelos sentimentos que fervilhavam neste mundo.
Eu escrevia no meu caderninho, só para mim. Escrever fazia-me libertar um sem número de sentimentos, sensações que viviam aprisionadas dentro de mim… num mundo só meu. O meu caderninho…Onde me permitia chorar, gritar, mostrar as minhas fragilidades, as minhas dúvidas e frustrações… acima de tudo o meu caderninho estava repleto de solidão e amargura… eu não me sentia bem comigo mesma, a alegria que trazia estampada no rosto e que era distribuída por todos não passava de uma farsa, de um faz de conta… Mas qual a fonte deste mal estar? Porque doía tanto acordar de manhã, porque doía tanto olhar-me ao espelho? Eu tinha aquilo a que se podia chamar uma vida perfeita: marido, pais e irmão. Um trabalho envolvente, casa, carro. Bons amigos.
Mas… as páginas do meu caderno e depois do meu Interstícios eram doridas, tristes, eu sentia-me tão pequenina, tão só…
Acho que não gostava de quem me estava a tornar, de quem era… os meus sonhos estavam cada vez mais esquecidos…
Aqui, ao partilhar os meus sentires fui recebendo, fui-me permitindo receber conforto, apoio, uma palavra mais dura, aqui fui deixando cair a máscara, fui mostrando o que acontecia dentro da minha Alma, todo este meu desconforto… e fui percebendo a razão deste meu mal estar, desta dor que apertava cá dentro, que me fazia estilhaçar… Eu tinha-me esquecido de mim. Dos meus sonhos, das minhas vontades, das minhas esperanças, da minha felicidade. Coloquei a felicidade dos outros acima da minha, coloquei nos outros a razão da minha vida. Está mal, muito mal. Deixei-me manipular por quem deveria ser companheiro, cúmplice. Fui anulando a minha vontade para manter uma relação, um casamento que já não fazia sentido, que já não funcionava. Que já não me fazia crescer, que me aprisionava numa normalidade sufocante. Já nem sabia quem Eu era, nem para onde queria ir. Por vezes com medo de trair o outro cometemos uma traição ainda maior. Eu não queria magoar os meus pais, o meu marido, a minha família que sempre viu em mim um exemplo de virtude e rectidão. Sempre fingi muito bem… e acabei por me trair… por me desprezar enquanto mulher. Haverá maior traição?!
Mas eu tomei uma decisão, tinha que voltar a AMAR-ME, a olhar para mim com amor.
E quem sabe voltar a amar.
Assim, a seis meses atrás revolucionei a minha vida. Saí de casa, terminei uma relação de 12 anos – 8 de namoro e 5 de casamento – vivo sozinha. Ontem, foi decretado o meu divórcio.
Fiz trinta anos, no dia 14 de Março e … acho que o post anterior diz o resto…
Não é fácil mas é possível… fechei uma capitulo…
A todos os que aqui passaram eternamente grata…
Amem-se
Eu escrevia no meu caderninho, só para mim. Escrever fazia-me libertar um sem número de sentimentos, sensações que viviam aprisionadas dentro de mim… num mundo só meu. O meu caderninho…Onde me permitia chorar, gritar, mostrar as minhas fragilidades, as minhas dúvidas e frustrações… acima de tudo o meu caderninho estava repleto de solidão e amargura… eu não me sentia bem comigo mesma, a alegria que trazia estampada no rosto e que era distribuída por todos não passava de uma farsa, de um faz de conta… Mas qual a fonte deste mal estar? Porque doía tanto acordar de manhã, porque doía tanto olhar-me ao espelho? Eu tinha aquilo a que se podia chamar uma vida perfeita: marido, pais e irmão. Um trabalho envolvente, casa, carro. Bons amigos.
Mas… as páginas do meu caderno e depois do meu Interstícios eram doridas, tristes, eu sentia-me tão pequenina, tão só…
Acho que não gostava de quem me estava a tornar, de quem era… os meus sonhos estavam cada vez mais esquecidos…
Aqui, ao partilhar os meus sentires fui recebendo, fui-me permitindo receber conforto, apoio, uma palavra mais dura, aqui fui deixando cair a máscara, fui mostrando o que acontecia dentro da minha Alma, todo este meu desconforto… e fui percebendo a razão deste meu mal estar, desta dor que apertava cá dentro, que me fazia estilhaçar… Eu tinha-me esquecido de mim. Dos meus sonhos, das minhas vontades, das minhas esperanças, da minha felicidade. Coloquei a felicidade dos outros acima da minha, coloquei nos outros a razão da minha vida. Está mal, muito mal. Deixei-me manipular por quem deveria ser companheiro, cúmplice. Fui anulando a minha vontade para manter uma relação, um casamento que já não fazia sentido, que já não funcionava. Que já não me fazia crescer, que me aprisionava numa normalidade sufocante. Já nem sabia quem Eu era, nem para onde queria ir. Por vezes com medo de trair o outro cometemos uma traição ainda maior. Eu não queria magoar os meus pais, o meu marido, a minha família que sempre viu em mim um exemplo de virtude e rectidão. Sempre fingi muito bem… e acabei por me trair… por me desprezar enquanto mulher. Haverá maior traição?!
Mas eu tomei uma decisão, tinha que voltar a AMAR-ME, a olhar para mim com amor.
E quem sabe voltar a amar.
Assim, a seis meses atrás revolucionei a minha vida. Saí de casa, terminei uma relação de 12 anos – 8 de namoro e 5 de casamento – vivo sozinha. Ontem, foi decretado o meu divórcio.
Fiz trinta anos, no dia 14 de Março e … acho que o post anterior diz o resto…
Não é fácil mas é possível… fechei uma capitulo…
A todos os que aqui passaram eternamente grata…
Amem-se