Interstícios

"A traição de ti próprio para não traí­res outrem não deixa de ser uma traição. É a maxima traição."
dos livros "Conversas com Deus"
de Neale Walsch

quarta-feira, maio 31, 2006

Desse Amor...

Sabes, passamos a vida a fingir, que somos fortes, que nada nos abala. Mas aí quando menos esperamos bate a solidão, a dor... a mentira... e sem perceber muito bem como, olhamos ao espelho e o Ser forte e valente deixa de existir, e pela primeira vez na vida deixamos que o nosso pequeno Ser se mostre, que revele as fragilidades que moram bem lá no fundo da alma. Naquele sítio onde guardamos os segredos , as fantasias e desejos, que teimamos abafar. Porque te digo isso... talvez porque o amor seja a solução... não, não falo do amor físico... falo daquele que não é preciso tocar, que o olhar tudo diz... que arrepia, que faz calor e frio...desse que não sinto e que tanto quero sentir... esse que me trará as respostas... que afastará as magoas... desse que me assusta.... Desse que me faz desejar... desse que quero provar sem tocar... desse que me fará despertar... o Amor... doce e amargo... que gulosamente se derrama... que se partilha, que me multiplica, esse amor que me faz sentir vazia, pronta para receber... Sim, esse que tu também queres... que tolda os sentidos e perturba os pensamentos... Sim, eu sei que também queres... vem fica junto de mim... eu dou-te um pouquinho...

quarta-feira, maio 24, 2006

À Porta...

À porta do mundo, em silêncio aguardo,
Contendo a emoção para não acordar,
A dor que guardo...
Sufocada, escondida...de ti...de mim...do todos.
À porta do mundo, espero por um sinal
Para despertar, do sono profundo,
Da mentira criada.
À porta do mundo, adormecida por dentro,
Lentamente, vivo esquecida de mim.

Atormentada por ti...
À porta do mundo, desejo acordar,
Ouvir o meu nome...partir...sonhar e voar.
À porta do mundo
pronta para ti...

segunda-feira, maio 22, 2006

O Meu Abrigo

Olha pra mim
Deixa voar os sonhos
Deixa acalmar a tormenta
Senta-te um pouco aí
Olha pra mim
Fica no meu abrigo
Dorme no meu abraço
E conta comigo
Que eu estarei aqui.
Enquanto anoitece
Enquabto escurece
E os brilhos do mundo
Cintilam em nós
Enquanto tu sentes
Que se quebrou tudo
Eu estarei
Sempre que te sentires só.
Olha pra mim
Hoje não há batalhas
Hoje não há tristeza
Deixa sair o sol

Olha pra mim
Fica no meu abrigo
Perde-te nos teus sonhos
E conta comigo


Mafalda Veiga

sexta-feira, maio 19, 2006

E agora

As águas turvas
Que vislumbro lá longe
Fazem-me temer pelo amanhã.
Um amanhã....
Cada vez mais distante,
Mais difícil de alcançar.

O nevoeiro cerrado
Esconde a luz.
Luz que brilha ao longe...

Um longe
Cada vez mais além,
Mais difícil de alcançar
Com os olhos.
Para lá da linha do horizonte.

Caminho longo e obscuro...
Que tenho que percorrer.
Parece não ter fim...
Onde no fim de cada curva,
Penso que encontrei.
Que acabei...

Mas levanto os olhos,
Sei que muito tenho de percorrer.

E agora?

Sei que voltar para trás é inútil,
Que seguir em frente é difícil.

E agora?

Hesitante sigo em frente,
Guiada pelas estrelas,
Orientada pelo Sol,
Chamada pela Lua....

Sei que o fim está lá.
Sei que só de mim dependo...
E agora que sei....
Sigo em frente sem desvios.

Para alcançar os sonhos,
Viver os desejos e..... Crescer.

sexta-feira, maio 12, 2006

Vem e abraça-me

No momento em que nasceram os céus
com eles nasceu a terra,
no momento em que nasceram as plantas
com elas nasceram os animais.
No momento em que nasceram as pessoas
surgiu também com elas
A Linguagem dos Abraços...

...A Linguagem dos Abraços
não contém quaisquer palavras,
nem é vazia de sentido.
Acima de tudo, o que nós desejamos nela,
é que o nosso abraço seja eterno e infinito.
Michal Snunt Vem e Abraça-me
foto olhares.com



quinta-feira, maio 11, 2006

Só no meio de todos

Tantos rostos
Imensas palavras trocadas.
Olho em volta e sinto-me submersa pelas conversas dos outros, pelo barulho ensurdecedor que todos fazem.
Eu, alheia a tudo e todos, sem saber muito bem onde pertenço. Mas com a certeza que este não é o meu mundo. Este não é o meu espaço, este não é o meu tempo.
Perdida…
No meio de todos me sinto.
Espero…
Pelo sorriso amigo, que teima em chegar.
Sofro…
A angustia de todos os momentos, de todas as esperas.
Desespero…
Busca de um sentido, que oriente este meu ser.
Anseio…
Por uma resposta, por um sítio onde acalente minha Alma.

quarta-feira, maio 10, 2006

Porquê?

Olhando para dentro de mim vejo dúvidas, medos e angustias… procurando bem lá no fundo em busca de razões não as encontro… não descubro razões para sentir este desassossego, esta necessidade de fugir, esconder, de procurar razões e respostas para acalentar a alma atormentada….
Não sei! Apetece gritar-me, abanar-me para ter a certeza que me ouço… estou farta…
Olhando a minha vida deveria respirar calmamente e viver sossegada.
Sou afortunada…
Tenho um marido, que não sendo o príncipe encantado, ouvi dizer que eles não existem, é o Homem que me faz sentir amada e desejada. Talvez não seja o companheiro de todos os momentos mas está presente nos momentos.
Os meus pais são os heróis dos meus sonhos, os meus pilares, o seu amor por mim é a maior das certezas.
O meu mano por quem daria a vida e que daria a vida por mim.
Os meus amigos são pedaços que preenchem e completam a minha existência.
O trabalho é um desafio, faz crescer, faz cansar, faz aprender…
Tenho casa, cão e gata…
Os filhos chegarão um dia…
Mas mesmo assim…
Não consigo respirar calmamente, não estou saciada, continuo com vontade…
Sinto que deixaria para trás tudo e ia… nem sei muito bem para onde…nem fazer o quê…
Este desassossego constante não ajuda nada…estou sempre à procura… sempre insatisfeita…
Do que estarei eu à procura?
Porquê esta inquietação?
Depois sinto-me tão pequenina… quando penso em todo este mal-estar… sem causa aparente…sem razão de ser…
Olhando para dentro de mim sofro e choro… sem saber porquê… no entanto a angustia cresce e vai-se apoderando do meu ser que entre ser e parecer…vai lutando para gritar sim sou feliz…
Alguém é capaz de me dizer a que horas é o autocarro para Marte?!

sábado, maio 06, 2006

Um dia...

Um dia...
Serei livre e dir-te-ei tudo o que quero.
Sem medo e preconceitos.
Sem receio de não ouvires.
Sem medo de desiludir.
Um dia...
Saberei que compreendes.
Sem julgamentos.
Um dia...
Sentirei que estas aí...
Sem reticências.
Sem desvios.
Um dia...
...saberei.

quinta-feira, maio 04, 2006

Cicatriz

Marcas cravadas no meu peito, pedaços arrancados do meu ser,
Que fazem de mim
Sombra do que quero ser
Sombra do que sou….
Trago em mim gravados pedaços de quem quis ser… pedaços de quem quero ser
Vagueio neste mundo
Em busca de quem sou,
Demasiado presa a um passado que não vivi….esquecendo o presente…demasiado frágil para pensar o futuro…
Olho e nada vejo
Sinto e nada sofro
O que espero…o que procuro senão pedaços de mim mesmo…nos outros…na vida dos demais…nos sonhos que não me pertencem… nos sentires que me faltam…nos desejos que não posso ter…
O que espero…o que busco… o que me foge…nem sequer percebo o que quero…
Sim...
Quero com toda a força ser tua…sentir-te…amar-te…pertencer-te…e no fim voltar a ser só minha.
Pertencer aos meus sonhos e aos meus medos…porque no fim…serei apenas eu… com a Alma gravada de ti…